sábado, 23 de maio de 2009

Quem foi o meu Monteiro Lobato?

O Monteiro Lobato é um grande estímulo para qualquer iniciante no mundo da leitura, um escritor extremamente crítico que dedicou boa parte das suas obras produzindo literatura infantil.
Infelizmente na minha infância e adolescência, as escolas por qual passei não me deram a oportunidade de conhecer suas obras, nem ao menos estimulavam, a fazer esses leituras ou se quer outras, recordo apenas da indicação de um livro para a confecção um trabalho, líamos com freqüência livros de conteúdos didáticos das disciplinas para exercitarmos, tenho uma hipótese que a ausência dessa literaturas no contexto educacional contribuiu bastante para que eu apresentasse uma grande dificuldade na disciplina de linguagem, sem falar na falta de gosto pela leitura.
Meu interesse pelo leitura começou já na idade adulta quando me dei conta que eu podia entender o que eu lia, e ainda mais, que podia discutir, refletir e questionar as idéias dos autores, antes disso tive alguns ensaios de ânimo na adolescência lendo algumas obras de Machado de Assis que uns amigos emprestavam-me, mas que não foram muito longe, não recordo de espaços de leitura nas escolas públicas por qual eu passei. A única biblioteca que conhecia ficava umas 2 horas longe de casa que só de pensar em ir atrás já fugia o interesse.
Tudo começou no ano de 2001, quando fui trabalhar no KUMON cidade nova, ganhei um dos maiores presentes da minha vida, a oportunidade de estudar duas disciplinas, português e matemática pelo o método Kumon, confesso que logo no início não apresentei interessei por português, até por causa das dificuldades que sentia com a leitura, e matemática era muito mais dinâmica eu dominava boa parte dos seus conceitos, depois de um tempo fui chamada para compor o novo quadro de orientadores de português, foi aí que começou os estímulos.
Lá eles tinham uma bibliografia recomendada para a leitura diária dos alunos, todos os alunos sempre que chegavam ao Kumon tinham que ler os livros por 15 minutos. Eu tive que ler boa parte das bibliografias para poder fazer indicações quando fosse necessário.
Todas as tarefas, no início tinham testos que deveriam ser lidas por cada aluno em voz alta para o orientador, este por sua vez tinha que acompanhar a leitura para verificar se o aluno estava lendo corretamente e com a entonação adequada, além disso eu tive que fazer o material do Kumon, para poder orientar os alunos, e posso dizer que era um material muito rico em testos e abrangia assuntos sobre as diversas áreas. E além do meu material eu tinha que ler e corrigir o material que os alunos traziam de casa.
Foi tanto estímulo, que desenvolvi uma boa compreensão de texto. o Kumon abriu a minha mente, abriu meus horizontes, despertou-me para a leitura, desenvolveu meu pensamento crítico e argumentativo e hoje posso dizer que o MEU MONTEIRO LOBATO foi o Kumon, pois ¼ do que eu li em 4 anos no Kumon não chega nem á metade do que eu li em toda a minha infância e mocidade.

3 comentários:

  1. O que importa é a leitura sendo viabilizada por pessoas ou ensinos que de fato mexam com a nossa sensibilidade, disponibilidade ao outro, ao diferente, às novas buscas e com isso com o senso crítico necessário para dinamizar a nossa personalidade e testar nosso caráter científico, cultural e humano, por isso social e ético. Se o Kumon abriu às portas às leituras e com elas o fluir/fruir da escrita foi desencadeado, ou se a vovó ou papai/mamãe ascenderam às histórias que as escolas não deram conta de despertar, pelo rigor didática das cartilhas e instrucionismos, damos vivas àquelas que nos oportunizaram aprender a gostar de ler no sentido mais pleno.
    Desfrute desse aprendizado que conseguiste posteriormente. "Ler é melhor que estudar", o que Ziraldo quer nos dizer com essa frase?

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  2. Carla,
    A imagem que acompanha uma postagem sempre complementa porque se integra ao texto. A exemplo dos livro de literatura infantil. Muitas vezes as imagens trazem elementos novos que o texto não enuncia, mas, não fica fora do tom, faz um bom concerto - tem harmonia e muita graça!
    Pense nisso! Faz parte do processo criativo e as crianças adoram.

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